Jurista Luiz Flávio Gomes defende no SINPOL CAMPINAS mudança estrutural como forma de valorizar a Polícia Civil

O jurista e professor Luiz Flávio Gomes, especialista em Segurança Pública, defende mudança estrutural, com disponibilização de meios de inteligência, principalmente com investimentos em tecnologia, e a valorização salarial de profissionais da Polícia Civil, para o país ter um sistema eficaz de investigação e que contribua efetivamente com a Segurança Pública, levando assim a punição de quem age fora da lei. Gomes esteve em Campinas a convite do presidente do SINPOL de Campinas, Aparecido Lima de Carvalho, o Kiko.

No evento realizado dia 23 de fevereiro último, no SINPOL de Campinas, Gomes disse que, assim como a maioria dos brasileiros, acredita que era necessário tomar-se alguma providência em relação aos caos no sistema de Segurança Pública do Rio de Janeiro e torce para que a Intervenção Federal dê certo, embora o ideal fosse ter dado condições para que a Polícia nos estados  desse conta da segurança, sem que se precisasse mobilizar  Forças Armadas para uma intervenção que aparenta ser sem planejamento, organização e recursos.

Para Gomes, a mudança estrutural na Polícia nos estados viria até com erradicação, pelos mais variados motivos, inclusive falta de vocação, de um terço de forças policiais e com a economia melhorar salários e meios dos profissionais realmente vocacionados. Instrumentos que, segundo ele, mostraram-se eficazes contra o crime organizado, como as delações premiadas, também poderiam ser grande valia, se utilizados pelos serviços de inteligência da Polícia Civil.

Sobre o clamor de parcela de policiais e da população em relação a revogar leis como a do desarmamento como forma de o cidadão de bem ter chance de se defender de criminosos armados, Gomes disse não ser contra alguém ter uma arma, mas isso onde a população tivesse um sistema educacional de qualidade e que preparasse os cidadãos mais para o estudo e a leitura do que para utilização de armas. Além disso, porte de arma apenas e somente para quem tiver total condição psicológica para portá-la.

O especialista criticou a morosidade em decisões para crimes voltados ao processo eleitoral, onde situações acabam confundido o eleitorado, como candidatos “fichas sujas” poderem fazer campanhas e quem sabe terem até os nomes nas urnas para só então sofrerem eventuais impugnações ou anulações dos votos. Para ele, se questões como estas fossem resolvidas antes do pleito dariam mais transparência e credibilidade às eleições e estabilidade política ao país, e assim não precisaria de tempos em tempos as ameaças ou mesmo as possíveis intervenções federais, sejam administrativas ou militares.

Luiz Flávio Gomes defendeu que os policiais civis usem mais as redes sociais, que se mobilizem em protestos e façam denúncias de mazelas vindas por parte de governos que não tenham interesse em ter uma Polícia estadual eficiente em investigação e autônoma contra os chamados crimes do colarinho branco. O especialista citou a Polícia Federal na atualidade como exemplo de bom desempenho no combate à corrupção, o que foi possível com investimentos em tecnologia e valorização dos profissionais, ocorridos na última década.

Att// APARECIDO LIMA DE CARVALHO- KIKO

Presidente da FEIPOL SUDESTE e do SINPOL CAMPINAS